sexta-feira, 29 de maio de 2015

Introdução


     Para trabalhar a diversidade cultural brasileira com seus alunos, elaboramos um projeto pedagógico com instruções para um bom trabalho. Nele esta descrito como devera proceder o desenvolvimento do tema, porém não determinamos atividades específicas para que fique livre a sua criatividade, professor! Esperamos que este projeto seja de grande valia e desejamos um bom trabalho! 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pensa que acabou ? - Curiosidades sobre Diversidade Cultural

Pequenas curiosidades


o   É comemorado no dia 5 de novembro o Dia Nacional da Cultura.

o   É preciso ter algum cuidado quando se vai viajar para outros países! Devemos conhecer um pouco da cultura do país de destino para evitar problemas e algumas situações constrangedoras.

o   Deixamos algumas dicas de comportamento em diversos lugares do mundo:

       ·      Na Arábia Saudita, arrotar após as refeições é um sinal de boa educação e de que você ficou satisfeito.

       ·       Palitar os dentes após as refeições na Itália significa que gostou da comida. Mas na França e em muitos outros países é um ato de extrema indelicadeza;

       ·       Se viajar para o Egipto, deixe sempre um pouco de comida no prato durante as refeições, mesmo que esteje com muita fome. Isso simboliza abundância, fartura e elogio ao anfitrião;

      ·       Grande parte dos indianos e marroquinos têm o hábito de comer com as mãos.

      ·       Na Bélgica, come-se com o garfo na mão esquerda, mesmo quem não é canhoto. Já em países árabes, a mão esquerda é considerada impura pois é destinada a higiene pessoal. Portanto, não receba ou ofereça documentos e cartões de visita com esta mão;

      ·       Na Europa é um hábito comum dividir a mesa com estranhos;

      ·       A culinária na Mongólia é exótica, mas não se assuste: um exemplo é a carne de camelo cozida.

      ·       Na Finlândia, rena ensopada ou frita são pratos comuns. Larvas, abelhas e grilos fritos são aperitivos na Tailândia. Já em Taiwan e Hong Kong, um dos pratos principais é a cobra frita. Um prato de sopa de cachorro na Coreia do Sul é considerado energético;

      ·       No Paquistão, homens e mulheres comem separadamente;  No Oriente Médio é proibido pelo Corão (livro sagrado), mulheres guiando automóveis. Também nunca mostre a sola dos sapatos ao cruzar as pernas, estará assim, insultando o seu anfitrião pois a sola é a parte mais baixa do corpo, portanto a mais suja. Por lá, é comum encontrar homens andando de mãos dadas como sinal de amizade e respeito entre eles;

     ·       Em muitos países da Ásia e Oriente Médio, ao visitar os templos religiosos, deve-se vestir roupas com mangas e compridas e em alguns tirar os sapatos. Sendo proibido tirar fotos no seu interior e tocar nas imagens e nas estátuas;

     ·       Na China, actos de assoar o nariz na rua ou cuspir são sinais de higiene, significa que está tirando algo sujo de dentro do corpo. E deixar de beber todo o conteúdo do cálice num brinde é sinal de grave ofensa; Nunca recuse um cálice de vodka na Rússia, ou qualquer tipo de bebida na Irlanda. Isso é imperdoável, considerado um gesto rude; Nos Estados Unidos, no Japão e em vários países da Europa, dar “palmadinhas” nas costas durante um cumprimento é falta de educação. Um aperto de mãos já é suficiente;

    ·       Mostrar a língua a outras pessoas, em algumas tribos do Tibete, é um ato de cumprimento;

    ·       Na Índia, encarar as pessoas nas ruas, é considerado uma forma de humilhação. Por lá, a vaca é um animal sagrado, o trânsito é sempre desviado caso uma delas resolva deitar-se na rua;

    ·       Na Coreia do Sul, nunca converse com as mãos nos bolsos ou para trás. Isso é considerado um acto indelicado; Nunca presenteie um japonês com relógios, eles simbolizam a morte. Também nunca coloque um cartão de visitas, que acabou de receber, no bolso ou escreva sobre ele, isso é sinal de indelicadeza. Portanto ao recebê-lo, segure-o na mão;

    ·      Casais não devem se beijar em público, na Indonésia.



Reportagem - Unesco Diversidade Cultural no Brasil

Diversidade cultural no Brasil


© UNESCO
Ritual Quarup da tribo indígena Caiapó - Xingú, Brasil
O Brasil tem uma notável diversidade criativa. Diversidade cultural pode ter um papel central no desenvolvimento de projetos culturais no país, especialmente com ênfase nos indígenas e afrodescendentes.
Áreas como o artesanato tradicional, pequenas manufaturas, moda e design são áreas estratégicas para o país, em vista de sua potencialidade em termos da melhoria das condições de vida das populações mais pobres. Elas podem trazer empoderamento individual e contribuir com a reduçâo da pobreza.
Ao tentar enfrentar seu problema mais urgente – a desigualdade social – o país vem descobrindo a forte influência da cultura para a configuração dessa realidade, bem como seu potencial de transformação social do cenário atual.
Falta ainda uma abordagem cultural mais profunda com relação aos povos indígenas e aos afrodescendentes. Estes dois grupos de minoria apresentam os piores indicadores sociais do país, mas que apenas nos últimos anos passaram a ser alvo de políticas sociais específicas.
É preciso que mais seja feito para preservar:
  • tradições indígenas,
  • línguas indígenas ameaçadas de desaparecimento,
  • conhecimento tradicional indígena sobre a natureza
  • terras índigenas - há conflitos a respeito da expansão a fronteira agrícola e os investimentos em infraestrutura,
  • afirmação dos direitos dos povos indígenas,
  • Influência da cultura africana na cultura e história do Brasil.
Frequentemente, o Escritório da UNESCO no Brasil é procurado para tratar de assuntos referentes à diversidade cultural, especialmente quando o assunto se refere não apenas ao contexto do desequilíbrio entre países que produzem e consomem produtos culturais, mas também em relação aos direitos humanos e aos direitos das minorias, e como forma de combater a discriminação que está na origem da desigualdade.
Com a ratificação do Brasil em 2007 da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, aprovada em 2005, espera-se que a UNESCO contribua para a avaliação do impacto desse instrumento sobre as relações comerciais que envolvem serviços culturais e bens culturais, que guia o trabalho da Organização na elaboração conceitos, metas e políticas em favor da diversidade cultural, com ênfase no pluralismo e no diálogo entre as culturas e os diversos credos e nas políticas de desenvolvimento.
A Organização também deve salientar as oportunidades que a Convenção vem criando no que diz respeito a seus instrumentos legais nacionais e às entidades relacionadas.

Aula Fora - Museu da Imigração

SOBRE O MUSEU DA IMIGRAÇÃO







O Museu da Imigração do Estado de São Paulo herda do Memorial do Imigrante toda a história de preservação da memória das pessoas que chegaram ao Brasil por meio da Hospedaria de Imigrantes, e o relacionamento construído, ao longo dos anos, com as diversas comunidades representativas da cidade e do Estado.
É no entrelaçamento dessas memórias que se encontra a oportunidade única de compreender e refletir o processo migratório. O Museu da Imigração pretende ser o grande ponto de encontro das comunidades de São Paulo, um local cada vez mais frequentado por paulistanos e paulistas e um atrativo cultural e turístico imperdível para os visitantes de fora do Estado e do País.
Em seu novo projeto museológico, o Museu da Imigração valoriza ainda mais o encontro das múltiplas histórias e origens e propõe ao público o contato com as lembranças daquelas pessoas que vieram de terras distantes, suas condições de viagem, adaptação aos novos trabalhos e contribuição para a formação do que hoje chamamos de identidade paulista.

A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes. O Museu da Imigração fomenta o diálogo sobre as migrações como um fenômeno contemporâneo, que não se encerra com o fechamento das atividades da Hospedaria, reconhecendo a recepção dos milhões de migrantes atuais e a repercussão deste deslocamento para a cidade.

http://museudaimigracao.org.br/o-museu/sobre/


domingo, 24 de maio de 2015

Projeto - Diversidade Cultural no Brasil

Projeto: Diversidade Cultural no Brasil            

Justificativa: O Brasil esta dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste e cada região tem seus costumes, fala, culinária, cultura diferenciada. Ao longo do tempo as salas de aula ficaram cada vez mais miscigenada, isso se deve a migração das pessoas que por alguma razão ou circunstância saíram de suas cidades natais e foram para outra cidade. Como esse fato esta cada vez mais comum, é importante que tanto as crianças da região local como as novas, se socializem umas com as outras e vivam em harmonia, respeitando e cultivando a civilidade entre todas.
Objetivos:
Objetivo Geral:
Conhecer a diversidade cultural brasileira
Objetivo Especifico:
·         Explorar os costumes de cada região
·         Identificar as particularidades de cada região
·         Refletir sobre a importância de se respeitar o próximo
·         Estimular a criatividade
·         Elaborar uma pequena exposição sobre o tema
Atividades:
·         Pesquisa sobre cada região
·         Seminário
·         Aula expositiva
·         Aulas de culinária
·         Aulas de música
·         Entrevista com pessoas conhecidas
·         Confecção de atividades artesanais para elaboração de uma exposição para escola.
·         Atividades de escrita para disciplinas de geografia e língua portuguesa.
Estratégias
Passo 1:
Para começar o projeto, apresente a classe de forma resumida o tema e divida-os em cinco grupos, cada grupo ficara responsável por pesquisar uma região e apresentar para sala em data a ser agendada. Incentive-os a pesquisar por fontes seguras e informe-os de forma sucinta sobre plágio.
Passo 2:
Ao final de cada apresentação, faça um resumo do que foi apresentado pelo grupo fazendo observações relevantes e coerentes, deixando claro os pontos principais que marcam cada região, sempre valorizando suas diferenças. Para essa etapa utilize Datashow ou projetor para que a aula fique mais dinâmica. Interaja com a classe para que fique claro para eles as informações.
Passo 3:
Elabore com os alunos um pequeno livro de receita contendo no mínimo duas receitas de cada região e de preferência escolha uma de cada para fazer com eles. É preferível que a realização dessa etapa ocorra 1 vez por semana, sendo assim, serão necessárias 5 semanas. Consulte a coordenação da escola ou os pais e verifique se não há nenhum com restrições alimentares.
Passo 4:
Cada região tem um tipo de música diferente. Traga para sala de aula um estilo musical de cada região e proporcione a eles um momento de diversão. Apresente o estilo, a história e se for o caso, a dança. No final dessa aula aplique uma atividade escrita. Sugestão, lacunas onde eles deverão completar com o nome da região e o nome do estilo musical.
Passo 5:
Peça para os alunos, individualmente, entrevistar alguém da família ou parente para saber de onde veio, porque e qual as maiores dificuldades encontradas na migração. De aos alunos liberdade para elaborar o próprio questionário, mas estipule esses três pontos a ser tratado. Dessa forma você introduzira o estudo de campo. Solicite aos pais o envio de materiais e/ou objetos, bem como fotos, dentre outros para elaboração da exposição.
Passo 6:
Na aula de artes, confeccione objetos, pinte quadros, faça atividades artesanais para a elaboração da exposição. Escolha com eles o que será feito para marcar cada região.
Passo 7:
Esse tema é muito rico, por isso trabalhe as diversas linguagens existentes, o conceito de diversidade cultural e aproveite para trabalhar redação. Disciplinas como Língua Portuguesa, Geografia e Artes devem ser aprofundadas nesse projeto.
Passo 8:
Por fim, construa com os alunos uma exposição contendo registro de cada etapa. Cada equipe ficara responsável, sob a supervisão do professor, de montar seu espaço com fotos, objetos, mapa, decoração que desejar.
Avaliação:

A avaliação deverá ser feita de forma escrita nas disciplinas de Língua Portuguesa e Geografia, mas em Artes a participação na elaboração e consumação da exposição é o que deverá servir como critério de avaliação.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Arte indígena

Arte indígena


http://museu2009.blogspot.com.br/

Os indígenas pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defendê-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus. A pintura corporal garante sorte na caça, na guerra, na pesca, e na viagem. Cada tribo pintura conforme seu modo de ser. Nos dias comuns a pintura pode ser simples, porém nas festas é mais elaborada. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido.

A arte plumária serve para enfeites como  mantos, máscaras, cocares, e passa aos seus portadores elegância e majestade. Esta é uma arte busca apenas a beleza. Existem dois estilos na criação das peças de plumas dos índios brasileiros:
            As tribos dos cerrados e savanas fazem trabalhos grandes, como os diademas dos índios Bororó ou os adornos de corpo dos Kayapó. A tribos silvícolas, que vivem nas florestas, como a dos Kaapor fazem peças mais delicadas.

            A maior preocupação é com o colorido e a combinação das cores. As penas geralmente são sobrepostas em camadas, como nas asas dos pássaros. Além de bonito, esse trabalho indica a posição de chefe dentro do grupo. Cada povo indígena tem uma maneira própria de expressar sua arte. Os índios brasileiros fazem os seguintes trabalhos artísticos:

Danças, cânticos, pintura corporal, perfuração da pele, cerâmica, tecelagem,  trançado de cestos, balaios, peneiras, armadilhas para caça e pesca, abanos, cocares, tangas, pulseiras e redes. Instrumentos musicais, armas como machado, arcos, flechas e arpões. Construção de máscaras,  barcos, remos, estacas de cavar e pás...


            Os desenhos indígenas são normalmente elaborados de forma abstrata e geométrica.


O ÍNDIO E A NATUREZA
No Brasil foram devastadas florestas, contaminado rios e lençóis d'água, explorados subsolos,... e que 
hoje uma pequena parcela da população consciente tenta recuperar.  Graças à resistência indígena de não aceitar a imposição do homem branco, é que se mantém viva a chama do respeito à natureza e ao meio ambiente, fazendo do índio e da natureza, um exemplo de vida harmoniosa.

Com a interiorização da colonização portuguesa os recursos naturais foram sendo devastados. A vinda de imigrantes, principalmente no sul do país, contribuiu para a destruição das florestas sem consciência de manter o equilíbrio com o meio ambiente. Alguns índios não conscientes aceitam propinas de madeireiros para a retirada de madeira de alto valor comercial em algumas Terras Indígenas. É preciso criar uma fiscalização permanente para coibir esta prática abusiva que só dá lucro aos madeireiros.

A consciência de preservação do meio ambiente por parte do índio se constata na prática. Mas é preciso que o homem branco se conscientize também desta importante tarefa para o futuro do Brasil e do mundo. Mas é preciso que os povos indígenas não sejam novamente sacrificados.

©hjobrasil


EXPLORAR ORALMENTE:
1- Porque os indígenas pintam seus corpos?
2- Na tribo, quem tem a função de realizar a pintura corporal?
3- Cite exemplos de arte plumária.
4- Quais os trabalhos realizados pelos indígenas brasileiros?

5- Qual é a forma dos motivos indígenas?


LEITURA DRAMATIZADA:

I - Juca-Pirama (Fragmento)

(Gonçalves Dias)


Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.







VASO KADIWEU


VASOS  MARAJOARA



PINTURA XINGU





Pinte o vaso usando motivos da pinturas Kadiweu, Marajoara ou do Xingu


ÍNDIOS BRASILEIROS





CONFECÇÃO DE CARTAZ EM EQUIPE:
Fazer uma pintura facial e colar penas de aves, formando um cocar. 
Expor os trabalhos para apreciação



PINTURA DE CAMISETA


Pintar motivos indígenas em camisetas.
As camisetas podem ser usadas. 
Os motivos podem ser outros.
Desfile de camisetas.


FLAUTA DE MADEIRA


 ´-
Uma sugestão para trabalhar musicalidade usando material barato: Flauta feita com canudinhos de plástico.  Não testei. Créditos a  

http://piquiri.blogspot.com.br/2014/02/arte-indigena.html

Feira de Ciências - Diversidade cultural: a escola e as diferenças

Diversidade cultural: a escola e as diferenças

Em São Gonçalo, uma festa de encerramento de um CIEP  Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos por professoras e professores ao longo de todo o ano letivo, em aulas de diferentes disciplinas, tanto do ensino fundamental (os dois segmentos) quanto do ensino médio sobre "Diversidade Cultural". .O tema foi abordado sob as mais diferentes perspectivas: diversidade étnico-racional, diferenças entre ahábitos alimentares e de sotaques das várias regiões do Brasil, divergência entre diferentes paradigmas científicos em um contexto histórico específico (Inquisição), culturas e crenças religiosas. Foram apresentações de crianças, adolescentes e jovens que muito me emocionaram por conta da dedicação de cada um deles mas, principalmente, pelas falas das/dos professoras/es que possuíam uma visão crítica e consciente de seu papel social na formação dos seus alunos.
Os discursos de duas professoras, particularmente, chamaram muito a atenção. Uma delas, professora de crianças do 2° ano do ensino fundamental, apresentou como proposta um desfile com diferentes tipos de penteados em crianças com os mais diversos tipos de cabelo e disse: "não precisamos seguir a ditadura da chapinha". Em uma turma, cuja maioria são alunos negros, ter cultivado desde esta idade o ideal de que devemos nos assumir como somos e respeitarmos nós mesmos é um trabalho que exige compromisso com o magistério que visa à formação de pessoas que questionarão os "slogans" da mídia e os modelos de beleza impostos por ela. Neste mesmo sentido outra professora do primeiro segmento do ensino fundamental disse uma frase que jamais me esquecerei: "Se reconhecer como diferente é poder reconhecer o outro como igual". Na apresentação de seus alunos, ela buscou romper com a dicotomia negro-branco dizendo que somos todos coloridos e distintos e que, por isso, o respeito é fundamental.Não posso deixar de comentar, ainda, outras duas apresentações dos alunos dos últimos anos do ensino fundamental. Em uma delas, o tema era a Inquisição e os alunos representavam personagens históricas da Ciência relacionadas aos modelos heliocentrista e geocentrista. A encenação permitiu-nos observar a personificação de cientistas e, sobretudo, buscou explorar as relações entre os contextos histórico, cultural e religioso com a legitimação de conhecimentos científicos. A segunda representação teatral deste mesmo grupo de alunos trazia uma família composta por um pai branco, uma mãe negra e uma filha com cor de pele morena que estava buscando a autorização do pai para namorar um rapaz negro. O discurso racista do pai que, apesar de ser casado com uma negra, não admitia que sua filha namorasse com "um rapaz qualquer" foi questionado tanto pela mãe quanto pela adolescente. O interessante é perceber que, apesar do "final feliz", algumas questões ficaram no ar e eu considero isso o mais importante.Foram tantas apresentações naquela manhã e eu, infelizmente, por questões de espaço e memória não irei descrevê-las. Apenas quero deixar registrado meu contentamento em perceber que nesta escola pública de uma área periférica de um município também marginalizado no estado do Rio de Janeiro está, no seu cotidiano, possibilitando e criando condições para que a diversidade cultural seja algo que deixa de estar tão distante em um eixo transversal dos Parâmetros Curriculares Nacionais e, de fato, seja discutida e posta em ação no espaço escolar.


Sarau "A diversidade Familiar".

A professora neste caso fez a escolha do tema " diversidade familiar", ela colheu vários dados dos alunos e suas famílias para a criação desse Sarau vejam como ficou.

https://www.youtube.com/watch?v=uXnJY11M__U


sexta-feira, 15 de maio de 2015

Música- Todos temos um pouco de Ìndio em nós.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=fEdZ-_RRRH0

Formas criativas para estimular a mente dos alunos com deficiência

Formas criativas para estimular a mente de alunos com deficiência

O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los

Cinthia Rodrigues (novaescola@fvc.org.br)

Foto: Tatianal Cardeal
CONCENTRAÇÃO Enquanto a turma lê fábulas, Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco. Foto: Tatianal Cardeal

De todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia. 

Mas por onde começar quando a deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar. 


No geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público(leia a definição no quadro desta página). São três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração, entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). As características de todas as outras deficiências você pode ver no especial Inclusão, de NOVA ESCOLA (leia o último quadro)

A importância do foco nas explicações em sala de aula 

Foto: Marcelo Almeida
SIGNIFICADO Na sala de recursos, elaboração de livro sobre a vida dos alunos deu sentido à escrita. Foto: Marcelo Almeida

Alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo. 

A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp. 

O que é a deficiência intelectual?
É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena. As causas variam e são complexas, englobando fatores genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual.

Foi o que fez a professora Marina Fazio Simão, da EMEF Professor Henrique Pegado, na capital paulista, para conseguir a atenção de Moisés de Oliveira, aluno com síndrome de Down da 3ª série. "Ele não ficava parado, assistindo à aula", lembra ela. Este ano, em um projeto sobre fábulas, os avanços começaram a aparecer. "Nós lemos para a sala e os alunos recontam a história de maneiras diferentes. No caso dele, o primeiro passo foram os desenhos. Depois, escrevi com ele o nome dos personagens e palavras-chave", relata ela. 

Escrita significativa e muito bem ilustrada 

Foto: Léo Drumond
COMUNICAÇÃO Vinicius superou o isolamento e melhorou a interação em atividades com imagens e sons. Foto: Léo Drumond

A falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é acostumar o estudante a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização. 

A professora Andréia Cristina Motta Nascimento é titular da sala de recursos da EM Padre Anchieta, em Curitiba, onde atende estudantes com deficiência intelectual. Este ano, desenvolve com eles um projeto baseado na autoidentificação - forma encontrada para tornar o aprendizado mais significativo. A primeira medida foi pedir que trouxessem fotos, certidão de nascimento, registro de identidade e tudo que poderia dizer quem eram. "O material vai compor um livro sobre a vida de cada um e, enquanto se empolgam com esse objetivo, eu alcanço o meu, que é ensiná-los a escrever", argumenta a educadora. 

Quem não se comunica... pode precisar de interação 

Outra característica da deficiência intelectual que pode comprometer o aprendizado é a dificuldade de comunicação. A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade. "Parcerias com fonoaudiólogos devem ser sempre buscadas, mas a sala de aula contribui bastante porque, além de verbalizar, eles se motivam ao ver os colegas tentando o mesmo", explica Anna, da Unesp. 

Essa limitação, muitas vezes, camufla a verdadeira causa do problema: a falta de interação. Nos alunos com autismo, por exemplo, a comunicação é rara por falta de interação. É o convívio com os colegas que trará o desenvolvimento do estudante. Para integrá-lo, as dicas são dar o espaço de que ele precisa mantendo sempre um canal aberto para que busque o educador e os colegas. 

Para a professora Sumaia Ferreira, da EM José de Calazans, em Belo Horizonte, esse canal com Vinicius Sander, aluno com autismo do 2º ano do Ensino Fundamental, foi feito pela música. O garoto falava poucas palavras e não se aproximava dos demais. Sumaia percebeu que o menino insistia em brincar com as capas de DVDs da sala e com um toca-CD, colocando músicas aleatoriamente. Aos poucos, viu que poderia unir o útil ao agradável, já que essas atividades aproximavam o menino voluntariamente. Como ele passou a se mostrar satisfeito quando os colegas aceitavam bem a música que escolheu, ela flexibilizou o uso do aparelho e passou a incluir músicas relacionadas ao conteúdo. "Vi que ele tem uma memória muito boa e o vocabulário dele cresceu bastante. Por meio dos sons, enturmamos o Vinicius."


http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formas-criativas-estimular-mente-deficientes-intelectuais-476406.shtml, acesso em 06/05/2015.